Zine Sertões #4

segunda-feira, 30 de março de 2009

Conexão MÚSICA




Que soem tambores, flautas, pandeiros e guitarras distorcidas! Nos contorcemos em infinitas tentativas de satisfazer o nosso desejo por MÚSICA, desde que o último Conexão se foi. Shows, Festivais, Circuitos e mais vários outros bons e velhos movimentos. Mas a espera é sempre a espera. E a satisfação é sempre a satisfação. Aqui estavam eles, nos dias 27, 28 e 29 de março. Um monte deles, cada um de uma cor, cada qual com o seu estilo, todos no mesmo quadrado. Oficinas, oficinas, shows, shows, fotos e contatos para a vida. Iremos então, antes de qualquer coisa, aos shows. Problemas nos levaram a chegar na sexta quando a banda Burro Morto (PB) dizia um breve adeus. Uma pena. Perdemos fotos e música. Mas a noite continuou no Taberna e conseguimos confirmar o que ouvimos por aí: os caras são mesmo bacaníssimos. Dona Maria do batuque não veio pela primeira, e muito menos pela última vez. De cantigas ribeirinhas, quem é pé-rachado não se cansa. Mais tarde, Pereira da Viola me relembrou tempos passados: “Esse é o nosso país, essa é a nossa bandeira...”, quando uma certa luta já era parte do nosso trabalho, uma luta mais sócio-cultural, mas sempre uma luta. Violas e violeiros descem do palco, sobre Anthonio e Telo Borges. No início, o mel pegou... mas depois, nos deliciamos com a originalidade, expressividade e ritmo dos caras. Um “bate, pula, requebra” tomou conta do povão. “Eita, som bão”. Fechamos a noite com música de novela global rolando no palco. Nada que fizesse a “coisa boa” da noite toda voar pelos ares. Tudo só fez melhorar. Segundo dia: “prometo que nada me faz chegar depois do primeiro segundo do primeiro show”. E como de perfeita, vida de jornalista não tem nem nome: perdemos Reis (BA) e Transmissor (MG). A banda da capital mineira até deu de se apresentar num dos cantos mainstream da cidade. Mas isso, na sexta, enquanto rolava shows por cima e abaixo do palco. Conclusão: chegamos a tempo de dar as boas vindas a Pedro Morais (MG). Pedrinho já esteve por aqui. De novidade: musicalidade ainda mais à flor da pele, cabelos mais curtos e um vocal visivelmente maduro. O garoto cresceu! E dessa vez ainda nos deixou abismados com a participação mais que especial... diretamente de Sampa para Montes Claros: Curumin. Após, logo após, tivemos Carona Brasil e Gilvan de Oliveira. Lembro de quatro belas mulheres com quatro belas vozes e um Ás do violão. Nem precisa mais, precisa? E nem me venham perguntar no que culmina uma noite de sábado com MÚSICA assim rolando solta! Porcas Borboletas sobem ao palco, e olha: conhecíamos o som, achávamos sensacional, e tínhamos a pretensão de analisar cada detalhe dos caras de Uberlândia no show pra saber se a “coisa” era tão boa quanto ouvimos dizer que era. Não conseguimos, desculpem. Música, personalidade e presença de palco indescritíveis. “Um bando de louco, né?” afirmou o mais performáticos dos performáticos músicos que eu já pude ver. “É, um bando de loucos”, respondi. Entra Otto, e a temperatura sobe. Teve até gente subindo no palco, e olha... que tristeza. Sorte nossa que o cara é super acessível, e mesmo depois de gritarem “toca Raul” duzentas e noventa e sete vezes, deu as caras para uma fotinha básica e um “toca-toca” no Taberna no fim de noite, início de chuva. Uma graça. Término de noite quente com Fabiana Lima, Bruno Andrade, Maurício Tizumba e amigos montes-clarenses de tambores em “punho”! A madrugada teve início com muito batuque, saia rodando e pé-rachado batendo no chão. Só fica a saudade. Dia seguinte, saímos de casa num domingo de pouco sol... pontualíssimos, dessa vez. E quem abriu a terceira e última noite de grandes shows foi o baiano Ito Moreno, com sua banda de grandes sambistas (mas isso, só saberíamos mais tarde). Do Rock, vem o Rock Nova. Vocalista de chapéu, cheio das dancinhas. Olhamos meio de lado, mas os caras mandaram ver. Rock Nova Som Bacana Bom Demais. César Maurício e The Paula transgrediram o tempo e voltaram com músicas já quase esquecidas. De ruim? Absolutamente nada! Só não entendi o RJ do The Paula nos impressos da Vivo... Achei até que era outro. Não é de Montes Claros, não? Ta valendo... E como aqui ninguém consegue ficar parado: fim de noite com Samba do Compositor e muito samba no pé. Com participação especial do Monarco (esse sim, do Rio) e dos passos calorosos de Tizumba, banda do Ito, galera do Zine, meninas do Ghambiarra e mais um bocado de montes-clarenses tementes à MÚSICA. Como eu disse, fica a saudade. Como eu digo, estamos no aguardo. De mais e mais.


Na foto: Porcas Borboletas (MG)
De: Manuh Almeida

2 comentários:

burro morto disse...

da próxima vez tu verás o show inteiro =)

grande abraço
haley

Caroll . disse...

e foi bom!
muito bom!

podia ser de 6 em 6 meses né?
rsrs

=P