CINEMA COMENTADO CINECLUBE
No sábado, dia 31/10, o Cinema Comentado Cineclube apresenta SOB O CÉU DO LÍBANO (2003), da diretora libanesa Randa Chahal Sabbag. Lamia é uma bela garota de 16 anos que mora em um vilarejo dividido por duas nações inimigas. Metade vive sob a bandeira libanesa e a outra, sob a israelita. Divididos pela intolerância, as mulheres conversam com parentes que estão do outro lado da cerca de arame farpado por meio de megafones. É assim que a mãe de Lamia decide o futuro da garota: se casar com um primo que nunca viu. Mas o coração da jovem tem dono. Ela é apaixonada por um soldado do exército israelense. Como “Romeu e Julieta”, Lamia e Youssef são proibidos de viver um grande amor.
Ganhador do Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza, SOB O CÉU DO LÍBANO é um filme corajoso e emocionante, que trabalha a capacidade de resistência e a teimosia em continuar vivendo, a despeito das adversidades. Rodado na área de Békaa Ocidental, entre a Síria e Israel, a produção se instalou próxima ao monte Hermon, região proibida durante anos e só devolvida ao Líbano recentemente. Durante as filmagens (que curiosamente começaram algumas horas após os atentados de 11 de setembro), aviões F-16 sobrevoaram tão perto a área que os trabalhos precisavam ser interrompidos. A equipe francesa da produção chegou a propor uma reclamação formal na ONU, mas a equipe libanesa não se manifestou já acostumada a ações desta natureza.
Segundo Randa Sabbag, a realização de SOB O CÉU DO LÍBANO foi “uma forma de aprender a não sentir mais ódio”, já que durante toda sua vida ela sempre “esteve rodeada de conflitos, em constante estado de alerta e perigo”. Dedicada e interessada na história de seu país, a cineasta começou a carreira com documentários sobre a guerra civil libanesa. Sob a acusação de usar linguagem vulgar e ofensiva a cristãos e muçulmanos, as autoridades libanesas propuseram um corte de 50 minutos no filme. Randa recusou-se a obedecer e SOB O CÉU DO LÍBANO até hoje nunca foi visto no país. Classificação etária: 12 anos.
O Cinema Comentado Cineclube acontece todo sábado, a partir das 19h, na sala 44 do Sesc – Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). A entrada é gratuita e há sempre um bate-papo após as exibições.
CINESESC
No domingo, 01/11, o CineSesc apresenta CAFUNÉ (2006), primeiro longa-metragem de Bruno Vianna, que retrata o cotidiano de jovens de origens sociais distintas, na cidade do Rio de Janeiro. É a história do amor entre Marquinhos, morador da Favela da Rocinha, e Débora – uma jovem da classe média alta. Quando a relação se torna séria, os dois se deparam com a vida adulta e precisam enfrentar todo o tipo de dificuldades para continuarem juntos.
Representante da variação de estilos e idéias do cinema da Retomada, CAFUNÉ surge como um raro filme legitimamente “bairrista”, mas no bom sentido: aquele que defende com entusiasmo os interesses da sua terra. O dado mais impressionante da produção é sua carioquice, e, mais que isso, o olhar crítico que só um apaixonado pela cidade poderia expressar sem parecer fajuto.
O que aparece na tela é um Rio de Janeiro cinzento, labiríntico, opressor, que não oferece fuga a seus habitantes, imersos e perdidos nas ruas escuras e vazias, refugiados e enclausurados em seus carros e condomínios. Vianna constrói os espaços de seu filme sem a pressa de quem expõe uma “tese” e vai além, invertendo o sinal para centrar seu filme num discurso sobre aproximações, e não distanciamentos. CAFUNÉ é, essencialmente, como revela seu título, um filme sobre o afeto. Classificação etária: 16 anos.
O CineSesc acontece em parceria com o Cinema Comentado Cineclube e a Programadora Brasil, apresentando sessões todos os domingos, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros, a partir das 19h (novo horário). O endereço do Salão é Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.
Fonte: Assessoria CINEMA COMENTADO CINECLUBE
Nenhum comentário:
Postar um comentário