Zine Sertões #4

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

AGENDA CINEMA


CINEMA GRÁTIS NESTE FIM DE SEMANA TRAZ A MOSTRA 'ALEJANDRO JODOWSKY', O MAGO MULTIMÍDIA

Nesse sábado, dia 09/01, o Cinema Comentado Cineclube, em parceria com o Sesc, começa a “Mostra Alejandro Jodorowsky”. A programação traz filmes inventivos e polêmicos, que serão exibidos durante o mês de janeiro:

09/01 – “La Cravate-A Gravata ” (1957).

16/01 – “Fando e Lis” (1968).

23/01 – “El Topo” (1970).

30/01 – “A Montanha Sagrada” (1973).

Alejandro Jodorowsky nasceu em Iquique, Chile, em 07 de fevereiro de 1929. É cineasta, escritor, roteirista de filmes e histórias em quadrinhos, e psicólogo – ou “psicomago”, como se autodenomina. Em 1962, juntamente com Roland Topor e Fernando Arrabal, fundou o “Moviment Panique”, grupo multimídia que homenageava o deus grego Pan e apresentava performances misturando teatro de vanguarda, literatura e cinema. Em 1971, Jodorowsky lançou “El Topo”, um faroeste surrealista criativo e vanguardista. Graças a seu mais ilustre fã, o beatle John Lennon, o filme foi muito comentado e distribuído na América, alcançando status de “cult-movie”.

LA CRAVATE-A GRAVATA (1957) é a versão muda de um conto de Thomas Mann sobre uma garota que vende cabeças. Sobre sua primeira incursão cinematográfica, Jodorowsky afirma: “Não tinha experiência nenhuma quando filmei ‘ La Cravate ’, mas, nele se pode apreciar que eu já era diretor. Um artista precisa ser como Jean Cocteau...esquizofrênico. Necessita ser muitas pessoas ao mesmo tempo, não apenas uma”.

Complementando a programação do sábado, será exibido o programa EXPERIMENTANDO, da Programadora Brasil, que apresenta curtas de vanguarda com outras percepções de imagem e som, buscando inovar a perspectiva artística do audiovisual. São seis títulos que correm à margem da tradição contadora de histórias do cinema.

DRAMÁTICA é o mais “narrativo” da seleção. Um trabalho visual arrojado, começando numa fotografia branco-leitosa que vai se abrindo para algo mais naturalista. DÁ-DOS é um tributo confesso ao cinema como reprodutor de imagens e trabalha a montagem como grande criadora de sentidos. O artista mineiro, com vasta obra de vídeos experimentais, Marcellvs L. faz uma espécie de filme observacional com intervenção sobre um homem que cruza um rio em MAN.ROAD.RIVER.

Com imagens amarradas freneticamente, causando sentidos além daquilo que elas em princípio mostram, SONHOZZZ recorre ao surrealismo para fazer sua colagem visual. ALMA NUA segue outra tradição do cinema vanguardista, que é pesquisar sobre as formas da natureza. Em imagem PB bastante granulada, vemos a exuberância formal de matas e galhos, como se fossem apenas matérias-primas para o cinema. Por fim, O PRINCÍPIO FEMININO DO SOL aborda o poder feminino sobre a Terra, no embate entre o Sol e o Vento, com Mercúrio entre eles. Classificação etária: 14 anos.

O Cinema Comentado Cineclube acontece todo sábado, a partir das 19h, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros – Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). A entrada é gratuita e há sempre um bate-papo após as exibições.

CineSesc

No domingo (10/01), o CineSesc faz um passeio pelas imagens do Cinema com uma seleção de filmes dos mais diversos gêneros e estilos. Serão exibidos:

10/01 – “Whisky” (2004), dir: Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll.

17/01 – “Carlota Joaquina-Princesa do Brasil” (1995), dir: Carla Camurati.

24/01 – “Espelho D’Água” (2004), dir: Marcus Vinícius Cezar.

31/01 – “Samba Riachão” (2001), dir: Jorge Alfredo.

WHISKY (2004), escrito pelos uruguaios Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll, apresenta uma estrutura de conto bem montado: O espectador se emociona, ri e, quando termina, tem vontade de “ouvir” outra história. Entre o drama e a comédia, filmado com câmera fixa e com um tratamento da película que dá uma tonalidade sépia às imagens, o filme trata, com sutileza e humor penetrante, dos efeitos da solidão na alma humana.

Jacobo é proprietário de uma velha e lúgubre fábrica de meias. Aos 60 anos, vive só e suas relações se limitam a trocar frases relativas ao trabalho com sua assistente, Marta, outra solitária. A relação entre ambos fica no plano profissional, com ordens, perguntas e respostas relativas ao trabalho.

Um dia, o irmão de Jacobo, que vive no Brasil e que não o via há 20 anos, anuncia sua chegada. O empresário pede a Marta que se instale em sua casa e se faça passar por sua mulher. Ela aceita. Como resultado, três pessoas totalmente estranhas entre si passam três dias convivendo “em família”.

“A idéia do filme surgiu depois de uma visita a uma fábrica de meias decrépita. Imaginamos como seria viver nesse contexto e inventamos uma história passada ali. Queríamos que a película fosse como uma fábula, uma história fechada de três personagens na qual a realidade não interferisse”, declarou o cineasta Pablo Rebella.

Exibido, com sucesso, no Festival do Rio 2004, WHISKY envolve e emociona o espectador. Com uma narrativa linear, que foge do “sentimentalismo” das produções mais comerciais, o filme é a prova de que um drama não precisa de uma história complexa (ou complicada) para funcionar. Classificação etária: 14 anos.

O CineSesc acontece em parceria com o Cinema Comentado Cineclube e a Programadora Brasil, apresentando sessões todos os domingos, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros, a partir das 19h. O endereço do Salão é Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.

Fonte: Release Cinema Comentado Cineclube.

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