Zine Sertões #4

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FESTA (?) DO PEQUI



De acordo com release enviado pela prefeitura de Montes Claros (que, por sinal, afirma com veemência que ontem havia centenas de pessoas para o lançamento da Festa do Pequi na Praça da Matriz), hoje tem show de Renato Teixeira e final do "Festival Viola dos Geraes". O Teixeira está marcado para as 20h, mas nunca se sabe... pode começar às 21h, ou 22h... quem sabe 23h.

P.S.: Muita gente sabe, tem mais gente querendo saber: é óbvio que a movimentação interessantíssima ontem na Matriz foi pelo espetáculo MARAVILHOSO do Grupo Galpão. A divulgação da Festa do Pequi foi super mal planejada, mal feita e pouco interessante. Centenas de pessoas não saíram de suas casas para escutar prefeito falar (mentir).

No mais, Teixeira ainda vale ir ao Centrão. Do site oficial:

Renato Teixeira por ele mesmo.

Confesso que não é nada fácil ter que contar minha história. Viver é uma coisa tão normal, que não vejo diferença nenhuma entre a vida de um artista e de qualquer pessoa. Entretanto, num determinado momento de nossa carreira, o trabalho que realizamos começa a ganhar notoriedade e a curiosidade aumenta, então a gente conta alguma coisa...

Muitos estranham o fato da minha música ter origens caipiras e eu ser caiçara, nascido em Santos. Vejo isso como uma questão puramente familiar; são fatos circunstanciais, apenas. Passei a infância em Ubatuba e a adolescência no interior do Estado. Meu pai melhorou de emprego com essa mudança; eu e meu irmão já estávamos em idade escolar; Taubaté, naquele momento, era mais conveniente. Mudamos para lá. E foi muito bom! A música, em Ubatuba, já fazia parte do meu dia-a-dia.

Das atividades familiares a que mais me interessava era a música; todos tocavam e alguns eram, verdadeiramente, músicos. Eu poderia ter sido fogueteiro como meu avô Jango Teixeira, que tocava bombardine na banda. Poderia ter sido professor como meu avô paterno, Theodorico de Oliveira, que tem uma linda história intelectual com a poesia e a literatura.

Mas a música não me deixou espaços. Quis ser arquiteto por influência de um verso de Manuel Bandeira pregado na parede do atelier do Romeu Simi,; " Passou a arquitetura, ficou o verso." Vim para São Paulo no final dos anos sessenta, por indicação de Luiz Consorte que colocou uma fita com minhas músicas nas mãos de seu tio, Renato Consorte, que a enviou para os ouvidos do Walter Silva. Dei sorte! O Walter era um grande promotor de novos artistas e um homem muito conhecido nos meios de comunicação. As portas se abriram e, logo eu estava no Festival da Record de 67. Minha música era Dadá Maria e foi defendida pela Gal Costa (também em começo de carreira) e pelo Silvio César. Mas, no disco do festival, quem canta com Gal sou eu. Foi minha primeira gravação. Participei daquela fatia da história da MPB como um espectador privilegiado.  (Leia mais aqui).





Serviço

Renato Teixeira
Montes Claros } Praça da Matriz } (quem sabe) 20h.

4 comentários:

Anônimo disse...

Só com uma grande dose de heroísmo para chegar ao local de realização do evento. Atentem para a declaração do Sr. Secretário de Cultura, cuja modesta pretenção é a de tornar a Festa do Pequi um evento nacional. Quem passou em frente ao local, como eu aqui, presenciou o caos generalizado do trânsito: carros atravessando canteiros para estacionar e outras delicadezas...
Alguém teve acesso à programação? Nenhum folhetinho sequer...
Alguém ficou sabendo do horário de apresentação de Renato Teixeira?
Quem não tem memória curta, lembra muito bem do constrangimento pelo qual passou Xangai com a passagem de som durante as Festas de Agosto [as quais o digníssimo prefeito encarregou-se de se apropriar...]. Espero que Renato tenha feito um belo show a quem, heroicamente, esteve presente nessa Festa.
Enquanto isso, os salários da super equipe de vôlei vão muito bem, obrigado...

Alexandre Rodrigues e Almeida disse...

Isso ae meninas parabens pela coragem de falar a verdade, mas tomem cuidado qeu o proprio senhor da cultura é o caçador do desgoverno de tadeu
abraços alexandrefudaum

Nuvem Cigana disse...

Façamos as "contas": a Festa do Pequi contou com a bela apresentação do Grupo Galpão. Mas quem os trouxe mesmo? A Petrobras, patrocinadora do grupo. Tivemos também o Festival Viola das Geraes, com direito a Renato Teixeira, organizado e idealizado por quem? Pela Inter TV. Então, o que sobrou para a Prefeitura fazer? Bagunça, obviamente. Local inadequado [Rodoviária, gente! Com aquele caos que todos conhecem ao lado do Shopping] e a apropriação da digníssima administração cuja única criação palpável continua sendo as louváveis crateras nas ruas e avenidas dessa cidade que eu prezo tanto...

Alexandre Rodrigues e Almeida disse...

Nossa acabei de ver na intertv, o tadeuzinho entregando os premios do festival, só pra lembrar é essa juventude de moc que prefere que a prefeitura pague 300mil de patrocinio ao carnamontes, é esse o investimento na cultura, sem contar outras estorias que acontece la no reino encantado de Tadeu..
no mais um abraço